
Os desafios de setembro
Setembro é o mês do recomeço. A Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) não é exceção e, num momento de incerteza e instabilidade internacional, Portugal e os seus motores não podem parar. A INCM, enquanto empresa pública, é um dos motores que assegura o valor da segurança ao país: segurança na autenticidade da identificação civil e outros registos, segurança na moeda metálica corrente e de coleção, segurança no ordenamento jurídico vigente, segurança na fidedignidade dos metais preciosos, segurança na promoção da língua e cultura portuguesas.
Setembro é o mês para retomar. Após o tradicional período de férias estivais, importa retomar laços e são vários os que devemos reforçar. Desde logo, entre trabalhadores, e entre trabalhadores e a INCM. Os desafios determinados pelo teletrabalho mostraram vantagens significativas. Na realidade, a publicação do Diário da República (DR) pelas equipas da Unidade de Publicações Oficiais (UPO) durante o período de maiores restrições causadas pela pandemia da doença de COVID-19 foi prova disso mesmo: um acréscimo de publicações com menos tempo para as assegurar e com uma maior intensidade na sua frequência. Tudo isto remotamente, com métodos de trabalho criados abruptamente, entretanto afinados e que são para manter, mas, sobretudo, com um espírito de missão e de equipa exemplares.
São inegáveis as vantagens do teletrabalho, sendo fator distintivo das organizações que estão disponíveis para a nova realidade laboral. No entanto, importa preservar o companheirismo e o sentimento de pertença às organizações. Afinal, são estes os elos de ligação dos grupos. São características fundamentais da nossa vivência em sociedade. É esse o desafio que o regresso à normalidade nos impõe.
Num regresso às reuniões presenciais, decorreu nos passados dias 22 e 23 de setembro o Fórum Europeu dos Jornais Oficiais. No encontro em que cessei a presidência desta instância, passando o testemunho ao homólogo do Luxemburgo, país anfitrião, foi possível partilhar experiências sobre como facilitar os processos de redação normativa e de publicação de legislação, bem como o seu acesso pelos cidadãos, designadamente com recurso a inteligência artificial. A inteligência artificial foi precisamente o objeto da apresentação assegurada pela Direção de Sistemas de Informação da INCM, que nos acompanhou, num exemplo de estreita colaboração entre diferentes áreas da organização.
Setembro é o mês de novos desafios. Objetivo comum dos jornais oficiais europeus, com reflexão no encontro do Luxemburgo, é a disponibilização de informação de formas que permitam a sua rápida e vasta apreensão pelos cidadãos. Não basta disponibilizar atos normativos no Diário da República, é necessário dar a conhecer e fazer chegar o DR e a sua informação aos seus potenciais destinatários, de forma célere, fácil e, tanto quanto possível, compreensível.
É com esta preocupação subjacente que há cerca de 10 meses inaugurámos a presença do DR nas redes sociais, com um crescente impacto alcançado.
Procuramos, assim, chegar a novos públicos e de forma mais direta, reforçando a marca “Diário da República”, num caminho de abandono do “eletrónico” presente na sigla DRE; “eletrónico” é hoje uma dimensão basilar.
A 1.ª edição do “Prémio Diário da República”, agora lançada, visa precisamente estes dois aspetos: aproximar o jornal oficial de novos públicos, estudantes do ensino superior, e renovar a marca, reforçando-a.
Este desafio acompanha também a INCM: as múltiplas áreas de atuação, tão diferentes entre si, podem não contribuir para a perceção da sua identidade. A INCM não é um mero conjunto de áreas diversificadas. São a sua unidade, história e inovação que dão força às suas equipas para disponibilizar bens e serviços fundamentais ao funcionamento da nossa sociedade.
O mesmo acontece com o Diário da República, pilar do Estado de Direito, que se encontra num processo de transformação interna, através da implementação de novas ferramentas e processos produtivos, mas também de transformação externa, com as já referidas preocupações de melhoria no acesso à legislação e de fortalecimento da marca, bem como de reforço do que é disponibilizado, como é o caso das edições jurídicas.
O núcleo central destes processos são seguramente as pessoas, os trabalhadores da Unidade de Publicações Oficiais que diariamente mantêm erguido este pilar, mas também os cidadãos, destinatários do nosso empenhado trabalho. É esta a prossecução da importante missão de serviço público que nos é confiada.