
Editorial – Março 2022
Por: Inês Ferreira, Diretora Financeira
Hoje vamos ter um editorial um pouco diferente, relativo a uma matéria que muitas vezes afasta as pessoas só de ouvirem falar – números, contabilidade -, mas que em termos de suporte à INCM é absolutamente fundamental para todos cá dentro, e para muitas entidades externas, como o Governo, a Tutela, os clientes, fornecedores e outros parceiros.
Este é o trabalho que fazemos na DCF – Direção de Contabilidade e Finanças, e são alguns dos números que ocupam os nossos dias, de toda esta equipa. Em especial quando se trata do encerramento do ano, como estamos agora a fazer com o ano de 2021.
A apresentação de contas é uma tarefa muito exigente, desde logo face a todas as normas que devemos cumprir. Também no nosso trabalho, não pode haver margem para enganos.
As contas da INCM são assim preparadas de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (“IFRS”) e, como tal adotadas pela União Europeia, em vigor para o exercício económico iniciado a 1 de janeiro de 2021 e findo a 31 de dezembro de 2021.
Após o encerramento e preparação das Demonstrações Financeiras e respetivas notas, o trabalho da área financeira relativamente às contas de 2021 está longe de estar terminado na medida em que se seguem as auditorias.
As auditorias, como são habitualmente, foram realizadas a 6 olhos:
Revisor Oficial de Contas – Grant Thornton
Auditor Externo – Ernst & Young
Conselho Fiscal
E é uma satisfação poder dizer aqui que estas entidades aprovaram as contas de 2021 da INCM sem reservas e sem ênfases, ou seja, certificaram que as demonstrações financeiras dão uma imagem verdadeira e apropriada da posição financeira da empresa, em todos os aspetos materialmente relevantes e, como tal, não existem situações que levem à modificação da Certificação Legal de Contas. Esta é uma excelente notícia para todos.
Os números de 2021 evidenciam que, apesar dos efeitos da pandemia na economia do País e do mundo, a INCM continua a consolidar a sua estratégia de crescimento centrada no cliente, na internacionalização, na inovação, na eficiência interna, no desenvolvimento dos colaboradores, na notoriedade e reconhecimento e no impacto cultural, social e ambiental. Todas estas premissas são a base para uma recuperação económica e, consequente, alavancagem dos resultados da empresa a médio e longo prazo. E este é um ótimo exemplo de como os números se ligam às estratégias, de como as explicam, de como nos mostram por onde estamos a ir e de que forma o estamos a fazer.
Sendo agora um pouco mais analítica, podemos dizer que a posição financeira da INCM em 2021 traduz-se num Ativo Total Líquido no montante de 167 milhões de euros, o que representa um aumento de 15%, face a 2020. A evolução do Ativo reflete o esforço de investimento que a INCM tem realizado, no valor de 19,4 milhões de euros, tanto na renovação do seu parque industrial, como no desenvolvimento de novos produtos, novas tecnologias e novos mercados. E temos já aqui algumas palavras chave do nosso sucesso e da execução das nossas prioridades estratégicas.
O Passivo, cerca de 62 milhões de euros em 2021, aumentou 5% relativamente a 2020. De assinalar, a manutenção da rubrica Acionistas/sócios, no passivo corrente no valor de 19,8 milhões de euros, em resultado da não distribuição de dividendos relativos ao exercício económico de 2019.
Por seu lado, o volume de negócios atingiu em 2021 o montante de 98,6 milhões de euros, dos quais 8,1 milhões de euros decorrentes da internacionalização da Empresa, dos seus produtos e serviços. Este valor é superior em 4,6 milhões de euros comparativamente a 2020. Este é um número que sempre podemos ter presente: o esforço de todas e de todos possibilita um volume de negócios, em 2021, de quase 100 milhões de euros.
A INCM obteve assim em 2021 um Resultado Líquido de 15,5 milhões de euros, cerca de 16% do volume de negócios, uma melhoria relativa a 2020, de que aqui deixamos nota, com todo o agrado. O resultado evidencia o desempenho alcançado com uma forte aposta, tanto na transformação da qualificação dos seus recursos, bem como no investimento que permitirá uma recuperação mais rápida, a par de uma maior eficiência dos seus processos produtivos. E assim voltamos a estabelecer uma ligação entre números e opções estratégicas, entre valores e as citadas palavras chave.
Também é importante termos uma palavra para referir o “dinheiro em caixa” ou seja, o equivalente ao que temos no nosso porta moedas e conta à ordem…. No final de 2021, a INCM tinha 22,1 milhões de euros em Caixa e Equivalentes apesar de durante o ano ter tido necessidade de obtenção de financiamento de curto prazo, consequência do um prazo médio de recebimento de clientes mais dilatado. A Liquidez em 2021 demonstra que a INCM tem conseguido fazer face aos seus compromissos. No entanto, a realidade aponta para que a empresa tenha que conviver com níveis de liquidez mais reduzidos.
RÁCIOS DE LIQUIDEZ | 2019 | 2020 | 2021 |
Liquidez Geral | 4,6 | 1,9 | 1,9 |
Liquidez Imediata | 2,3 | 0,5 | 0,5 |
Em síntese, a posição financeira, o desempenho e a liquidez traduzem em números uma empresa sólida, reconhecida pelos cidadãos, pelas empresas e demais organizações, tanto em Portugal como internacionalmente, resultado do esforço e da dedicação de uma equipa de 724 colaboradores, dos quais 333 Mulheres e 391 Homens. Os números – ultrapassada aquela “aversão” inicial a que comecei por me referir – quando olhamos para eles com cuidado, dão-nos a confiança no futuro.
Pela minha parte e por parte da DCF aqui estamos para com o nosso trabalho reforçarmos essa confiança de todos na INCM.