É verão!

É verão! Os dias são agora mais longos e as noites convidam à reflexão. É a altura do ano em que podemos libertar-nos dos afazeres profissionais e entregar-nos àquilo que suscita a nossa paixão. Porque dispomos de mais tempo livre, podemos dedicar-nos aos nossos passatempos e organizar as nossas coleções. O colecionismo numismático e medalhístico é uma paixão partilhada por muitas pessoas que se interessam pela história e pelo património. E é a pensar em todos que o Museu Casa da Moeda partilha a sua coleção museológica, formada por mais de quarenta e cinco mil moedas e medalhas, além de diverso material arquivístico e bibliográfico, tudo à distância de um simples clique.

A formação desta coleção acompanha a história da mais antiga instituição que labora em continuidade no nosso país: a Casa da Moeda. Estabelecida na cidade de Lisboa por volta da década de setenta do século XIII, a Casa da Moeda tem assegurado, ao longo dos últimos oitocentos anos, o cumprimento de uma missão fundamental: produzir as moedas que trazemos nos nossos bolsos e que usamos todos os dias. Ao longo da história, as moedas desempenharam uma tripla função: além de meios de troca, foram também unidades de conta e reservas de valor. Mas a sua utilização dependeu de vários fatores: entre estes, a relação de confiança que os seus utilizadores sempre depositaram nas instituições que asseguraram a sua produção.

De facto, quando usamos uma moeda, estamos a aceitar os pressupostos que lhe estão subjacentes, sejam eles políticos, económicos ou filosóficos. Uma moeda é um símbolo com uma forte carga identitária: traz as marcas que identificam a autoridade responsável pela sua cunhagem ou o valor que esta representa e que define o seu curso legal. A identidade monetária é construída a partir de uma relação simbólica entre imagem e texto, sendo esta um elemento diferenciador dos vários tipos de moeda em circulação. A forma como essa relação foi mantida variou significativamente: por exemplo, as unidades monetárias que vigoraram em Portugal, entre o século XII e os nossos dias, como o dinheiro, o real, o escudo ou o euro, mostram caraterísticas diferentes. São essas caraterísticas que o numismata procura compreender, inserindo-as no seu contexto e estudando-as como fontes de informação histórica.

Ao mostrar ao público a sua coleção museológica, o Museu Casa da Moeda cumpre um desígnio fundamental: colocar à disposição de todos os cidadãos, em qualquer parte do globo, a mais antiga coleção numismática de utilidade pública em Portugal. Embora haja outras coleções muito importantes no nosso país, esta é a única cuja história pode ser estudada de forma completa: há, de facto, documentos conservados nos nossos arquivos que permitem acompanhar a evolução desta coleção e das moedas e medalhas que a integram. E isto só é possível porque, ao longo dos séculos, a Casa da Moeda sempre se preocupou em preservar as memórias que contam a história da instituição, dos oficiais que nela trabalharam, das técnicas utilizadas no processo de fabrico ou até das tendências que marcaram a evolução da arte numismática e medalhística.

Por isso, agora que o verão chegou, é também chegada a hora de visitar – ou voltar a visitar! – esta coleção verdadeiramente única. Se ainda não a conhece, aproveite o seu tempo livre para ficar a conhecê-la: o MCM é um museu aberto todos os dias, de forma inteiramente gratuita, à distância de um simples clique. Além da sua página na internet (www.museucasadamoeda.pt), o MCM marca presença em várias redes sociais e mantém abertos os seus canais de contacto com o público, para que possa fazer perguntas, tirar dúvidas ou simplesmente usufruir do trabalho que desenvolvemos todos os dias, a pensar em si – e há muito para descobrir! Aceite, por isso, o nosso convite e visite-nos sempre que quiser!

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